quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Moça Suave dos Olhos Doces"

Na solidão daqueles que se apagam
E passam pelo mundo incognoscíveis,
Talvez houvesses visto, desprezíveis,
Os belos que os mais belos invejaram.

Não sei dos sonhos teus, imperecíveis,
Tampouco dos chacais que tos calaram,
Bastarda algaravia em que se inflaram
Tão cegos aos sentidos invisíveis...

No entanto, Moça, eu sei o que acalentas!
Doçura em olhos fala mais que verbos
E, vida adiante, eu sei por que persistes...

Pois, dia hão de ter fim tuas tormentas
E os frutos todos que colheste acerbos...
Oh, Moça! Olha p'ros meus olhos tristes!...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Procura...

Por oportuno digo-te, senhor, que a trilha é longa e seca. Não há árvores nem sombra. Toma. Leva água e alguns suprimentos. Deixa teu cavalo aqui. Ele não precisa encontrar o que tu procuras. Sofre o pó do caminho, mas não te ajoelhes ou serás vencido pela inércia. Não aguardes socorro. Não esperes recompensa...
O que encontrarás? Tudo. Ou nada. Ainda assim, anda. Caminhar em direção ao nada ou ao desconhecido é sempre um suicídio necessário. Mata-te, pois, e sairás vivo. Volta, se puderes...