sábado, 27 de agosto de 2011

Manietado...

Transito entre dois planos curviformes
Entre eles está minha sepultura...

Ah, como queria ver no sol o "Sol"!
Quão feliz seria sem essa maldição
Que amargo diariamente, a contragosto, mas acostumado...

O que há para mim que não vejo?
No que vejo, o que não é para mim?
De que adiantam respostas quando o coração é uma bomba de fel?!

O ato emético a que me lanço agora
Não é senão a soma do quadrado dos infortúnios infames,
Cujo limite tende ao infinito...

Aguardo e tremo e torço pelo rompimento
De todos os liames físicos a este mundo,
Uma vez que já sei para onde vou
E que não há mais nada a fazer que interrompa o curso
Do destino de um proscrito!...

Mas, não! Quer Deus que permaneça
Nesta tormenta sem nexo
"Nel mezzo del camin" da ternura de um amplexo
E da inesgotável fonte de horrores - o coração humano!
Nem lá, nem cá, eis meu purgatório!

Sem divisas, sem bandeiras, sem causas...
Não defendo sequer a mim mesmo...
E nestas malditas linhas tortas
Aguardo o "auto de fé" que me queime com elas!...


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